A ideia era criar um blog para publicar minhas
histórias e estórias. Algo simples. Eu, vez ou outra, abria uma cerveja e me sentava
a frente do computador para, digamos, vomitar alguns pensamentos, debater
algumas conversas prévias ou destilar um pouco de veneno. Nada de muito
complicado. Tampouco que me causasse problemas maiores.
Daí, minha mulher vem com a conversa do Instagram.
Sim, que a tal plataforma seria uma ferramenta perfeita para divulgação do desoriente-se
e de suas publicações.
Não adiantou muito eu argumentar que os textos eram,
sobretudo, um instrumento que usara para relaxar ou uma forma para manifestar
alguns demônios. Ela tinha a certeza (dela, como é óbvio) de que aquilo que eu
escrevo pode ser ingerido por outras pessoas e que essa mídia social poderia
ajudar a “juntar o grego aos troianos”.
Lógico, carente de argumentos (como sempre) fui voto
vencido (outra vez). O resultado é uma conta criada no Instagram.
Não satisfeito, o desoriente-se passou a ter um
logo (idealizado por nosso grande amigo Afonso, meu “guru” do Instagram). E as
publicações do blog, fiquei sabendo, estarão nessa mídia social, de alguma
forma que ainda preciso compreender.
Pois, não sou um profundo conhecedor do “insta”. Vou
além, não me via usando deste nem-tão-novo artifício digital. Porque,
simplesmente, não me pareço adequar com a rede social em questão. Verdade seja
dita, a culpa, se existe, é minha.
No meio dos meus 38 anos, sou daqueles que já se cansa
só em ler e-mails. Sou do tempo do ICQ (aquele com o logo da “florzinha”) e o auge
da minha inclusão sociodigital foram mIRC e Orkut. Desisti do Facebook, tenho
preguiçado Twitter e uma certa aversão aos meios sociais digitais mais novos.
Veja bem, não tenho nada contra a mídia incorporada
pelo Facebook, que parece ser bem legal, ou aos seus usuários. Eu é que não
consigo me ver no Instagram. Não consigo pensar em um momento de minha
existência que valha a pena postar (ou publicar?) na ferramenta. Dá para
entender? Nem eu entendo.
Fato é que fui, digamos, encorajado a utilizar o
Instagram. Cada publicação de minhas crônicas no blog será (já é…) acompanhada
de uma referência na tal mídia social. Com cores bonitinhas, excertos do texto
original e mais umas tantas peripécias.
Aquilo que antes fazia, que era me entorpecer em doses
homeopáticas de álcool, redigir algo sem nexo e, a seguir, publicar no blog,
agora terá de esperar um pouco. Terei, assim, de pedir ajuda ao membro capaz da
minha família ou ao meu guru para me auxiliar a inserir “as novidades” na
ferramenta.
Escrever, nos dias de hoje, parece ser mais complicado
que antigamente.
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