Segundo
o informal (e incógnito) “dicionário Walmyr”, o Ser, dotado de inteligência, entende
como funcionam as coisas, como o “mundo gira”. Já o Ser, dotado de esperteza, compreende
como funcionam as pessoas enquanto esse mundo está a girar. A inteligência é
racional, analítica, perspicaz, teórica, contínua, progressiva. A esperteza é
intuitiva, lacônica, viva, prática, volátil, veloz. Inteligência sem esperteza
é quadrada, ortogonal, direta, fixa, binária, rica em dados, pobre em cores e tons.
A esperteza sem inteligência é fugaz, meândrica, temerária, imprudente.
Acredito
que todos os indivíduos nascem dotados de inteligência e esperteza. Sim, tais
características podem variar de peso (ou importância) para cada ser humano,
visto que cada ser é único e o exercício de seus dotes, ao longo do tempo,
podem acentuar ou amenizar tais diferenças. Normal e natural.
Dito
isso, vamos aos fatos atuais…(descontando o olhar de um pai babado)…
Madá
é a inteligente. É carregada de uma áurea característica dos de sua “classe”.
Não raro, vejo pessoas boquiabertas a observá-la, seja nas suas conversas de
semi-adulta, no empregar de palavras que nem o pai ou a mãe utilizam, na
racionalidade com que gere (ou não) problemas que vão surgindo a sua frente ou
na capacidade de compreensão do que está a sua volta. Tamanha coerência no modo
de raciocinar o todo, contrasta, muitas vezes, com a incapacidade de lidar com
suas próprias emoções. Madalena é curiosa (em todos os sentidos da palavra).
Carol
é a esperta. Para além de “ser ligada à corrente” (assunto suficiente para um
texto futuro), ela é dotada de uma velocidade de raciocínio que deixa todos a
volta atônitos. O “desenrasco”, a destreza em lidar com o emocional dos que
estão a sua volta é incrível. Carolina é daquelas que se bastam. Não perde
tempo com “bobeiras” e consegue o que quer (incluindo furtar bolachas e frutas
das mãos das outras criancinhas…). Carolina é viva (em todos os sentidos da
palavra).
Claro,
minhas filhas são muito mais do que o descrito acima. Aliás, todos nós somos
mais do que pode ser descrito em meras frases ou orações desorientadas. Mas é
engraçado ver como duas irmãs, mesmo tão novas, podem pensar e agir de forma
tão diferente.
Acredito
que tal diferença tenderá a diminuir ao longo do tempo e que, à medida que
cresçam e se desenvolvam, enquanto irmãs e melhores amigas, tais
características possam se misturar. O encanto e até a inveja podem fazer com
que uma se alimente das virtudes (e defeitos) da outra e vice-versa. O futuro o
dirá…
Você descreveu de um lado, Marcela e Marisha (inteligentes), do outro lado, Eu e Maithe (espertos). Convergir essas duas características é fundamental ao longo da vida. O equilíbrio é fundamental!
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