terça-feira, 5 de maio de 2020

A INTELIGENTE E A ESPERTA




Segundo o informal (e incógnito) “dicionário Walmyr”, o Ser, dotado de inteligência, entende como funcionam as coisas, como o “mundo gira”. Já o Ser, dotado de esperteza, compreende como funcionam as pessoas enquanto esse mundo está a girar. A inteligência é racional, analítica, perspicaz, teórica, contínua, progressiva. A esperteza é intuitiva, lacônica, viva, prática, volátil, veloz. Inteligência sem esperteza é quadrada, ortogonal, direta, fixa, binária, rica em dados, pobre em cores e tons. A esperteza sem inteligência é fugaz, meândrica, temerária, imprudente.

Acredito que todos os indivíduos nascem dotados de inteligência e esperteza. Sim, tais características podem variar de peso (ou importância) para cada ser humano, visto que cada ser é único e o exercício de seus dotes, ao longo do tempo, podem acentuar ou amenizar tais diferenças. Normal e natural.

Dito isso, vamos aos fatos atuais…(descontando o olhar de um pai babado)…

Madá é a inteligente. É carregada de uma áurea característica dos de sua “classe”. Não raro, vejo pessoas boquiabertas a observá-la, seja nas suas conversas de semi-adulta, no empregar de palavras que nem o pai ou a mãe utilizam, na racionalidade com que gere (ou não) problemas que vão surgindo a sua frente ou na capacidade de compreensão do que está a sua volta. Tamanha coerência no modo de raciocinar o todo, contrasta, muitas vezes, com a incapacidade de lidar com suas próprias emoções. Madalena é curiosa (em todos os sentidos da palavra).

Carol é a esperta. Para além de “ser ligada à corrente” (assunto suficiente para um texto futuro), ela é dotada de uma velocidade de raciocínio que deixa todos a volta atônitos. O “desenrasco”, a destreza em lidar com o emocional dos que estão a sua volta é incrível. Carolina é daquelas que se bastam. Não perde tempo com “bobeiras” e consegue o que quer (incluindo furtar bolachas e frutas das mãos das outras criancinhas…). Carolina é viva (em todos os sentidos da palavra).

Claro, minhas filhas são muito mais do que o descrito acima. Aliás, todos nós somos mais do que pode ser descrito em meras frases ou orações desorientadas. Mas é engraçado ver como duas irmãs, mesmo tão novas, podem pensar e agir de forma tão diferente.

Acredito que tal diferença tenderá a diminuir ao longo do tempo e que, à medida que cresçam e se desenvolvam, enquanto irmãs e melhores amigas, tais características possam se misturar. O encanto e até a inveja podem fazer com que uma se alimente das virtudes (e defeitos) da outra e vice-versa. O futuro o dirá…



Um comentário:

  1. Você descreveu de um lado, Marcela e Marisha (inteligentes), do outro lado, Eu e Maithe (espertos). Convergir essas duas características é fundamental ao longo da vida. O equilíbrio é fundamental!

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